Não, não vos vou
falar da tragédia dos incêndios. Já muitos disseram o que lhes vai na alma, já
muitos acusaram, e já muitos alvitraram.
Mas vou-vos falar
de um episódio a dois tempos, esta mesma noite, tendo como protagonista um
colega, madeirense.
Assim que tive
oportunidade abordei-o, tentando saber se estaria tudo bem com a sua família,
directa ou indirecta.
Disse-me que sim,
que todos eles residem numa zona não afectada pelos fogos.
Passado um bom
pedaço cruzamo-nos (eu e ele) com uma jornaleira. Conversa vai, conversa vem, e
vem a lume o ele ser madeirense.
“Eh pah, pois é! Não
me lembrei disso!”, disse logo ela. “E não tens uns contactos, pessoas a quem
possamos telefonar, da política, residentes, sei lá, alguém que esteja no meio
daquilo?”
Nem um só neurónio
daquela mulher se preocupou com a sorte dos familiares ou amigos que ele por lá
tivesse.
Fiquei esclarecido
quanto a esta jornaleira!
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