Por aquilo que
leio nos jornais, a quantidade de estudantes no ensino superior está a diminuir
devido à crise.
Não poderia estar
mais incomodado com isto. Tenho para mim que a formação dos jovens, nos seus
diversos graus, deveria ser gratuita para todos. Que haver gente capaz,
integrada, profissionalmente sabedora e feliz na vida é uma mais valia para a
sociedade. Muito mais que para cada um deles. E investir nas competências
profissionais dos jovens (secundário, profissional, superior) é investir no
futuro da sociedade.
Haver quem não
possa seguir um percurso profissional apenas porque a sua família não tem meios
económicos é um tiro no pé que todos fazemos, é um retrocesso civilizacional.
Por outro lado,
esta poderá ser uma oportunidade doirada para corrigirmos alguns erros
formativos!
Tem-se vindo a
alegar, nos últimos quarenta anos, que só se será alguém na vida se se tiver
uma formação superior. Disparate absoluto, já que nem todos têm capacidade
intelectual para tal. Não se trata de menosprezo por ninguém, mas tão só a
constatação de factos. Tal como nem todos têm capacidade para elevar grandes
pesos, ou para desenhar, ou para escrever, ou para… Cada um deve procurar o seu
futuro profissional à medida das suas próprias capacidades e não em
consequência de chavões impostos socialmente.
Acontece, porém,
que na sequência destes chavões e na mira de lucros fáceis, têm surgido
instituições de ensino (profissional ou superior) quase que em cada vão de
escada. Satisfazendo a procura no mercado, mas sem qualidade suficiente para
fazer a formação que publicitam.
Justificar tal
afirmação? Fácil! A quantidade de jovens que, saídos destas escolas
profissionais ou superiores, surgem no mercado de trabalho sem os conhecimentos
que deveriam ter depois disso. Teóricos e práticos.
Possuem um
diploma, pago e bem pago, mas que pouco mais vale que o papel em que está
impresso.
Sair de um curso
superior ou profissional na área dos audiovisuais para exercer a captação de
imagem (vídeo, cinema, fotografia) entendendo a “regra dos terços” como um
dogma inquestionável e sem saber a sua origem histórica ou como isto não é
universal, é formação no seu pior aspecto! É colocar os jovens dentro de uma
forma, justa e opaca, impedindo-os de verem para além dela, transformando-os em
seres meramente executantes de funções pré-programadas e incapazes de evoluir.
Formar jovens para
serem exactamente iguais aos seus formadores é, mais que um tiro no pé social,
um acto autofágico e demonstrador da incapacidade desses mesmos “formadores” de
vão de escada.
By me
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