Há um filme, cujo
enredo não afianço já que na minha memória se confundem três distintos, cujo
nome é bem apelativo: “herói acidental”.
O que tem graça
neste título é que todos nós conhecemos inúmeros “heróis acidentais”. Cada um
de deles, às mãos-cheias pela rua, é um herói à sua medida: aquilo que dá ou
que faz é na exacta proporção da sua capacidade. E, na sua escala, aquilo que dá
ou faz é um acto de abnegação ou heroísmo.
Tomamos como
grandes, como dignos de nota, os que fazem grande actos, mediatizados,
envolvendo risco físico ou não. E gostamos de saber que há quem o faça, usando-os
por exemplo.
Mas aqueles
pequenos actos de heroísmo anónimo, como o ceder o último lugar sentado no
autocarro, já depois de um dia de trabalho, porque o saco dele parece ser mais
pesado que o nosso, ou o catraio que desata a correr assim que chegamos à
porta, porque a mãe vai lá ao fundo mas ele ficou a segurar a porta para que pudéssemos
passar, ou aquela empregada de café que, sem que o patrão o saiba, todos os
dias oferece a sopa àquele viúvo reformado que lá vai buscar o jantar, ou…
São tantos os heróis,
acidentais ou não, anónimos, destemidos e tímidos, que os media ignoram, que
ainda não percebi porque não lhes ergueram uma estátua algures, num local bem visível
e a servir de exemplo aos demais.
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