É um restaurante
onde vou amiúde: não é caro, o que se come é agradável e o pessoal é simpático.
Tudo de bom!
Há uns tempos
pedi, de sobremesa, um crepe flambée. Quem mo fez comentou que não é das coisas
que mais goste de preparar: o cheiro é muito intenso e, quando calha, fica com
uns pelos a menos na mão.
O que teve mesmo
graça foi a reacção de uma empregada: nova de idade e nova na casa, estava de
boca aberta com a preparação do crepe, exclamando um elucidativo “Que é isso?”
No fim do jantar,
lá meti conversa com ela e lhe expliquei o que era e recomendei-lhe que
provasse. Pelo menos ficaria a saber o que é e a que sabe.
Uns tempos depois
tocou-me em sorte a mesma mocinha. Enquanto ela tomava nota do meu pedido,
meti-me com ela e perguntei-lhe se já sabia o que é um “flambée” e se já tinha
provado. Saber, sabia, provado é que não. Entende-se!
Mas, quando me
veio trazer a minha cerveja, não perdeu a oportunidade de se meter comigo.
Melhor dizendo, com a minha câmara, pousada que estava em cima da mesa: “É
bonita, a sua máquina!”
“É!”, respondi,
“Mas mais importante que isso é se faz boas fotografias”, acrescentei.
“Pois, mas tem
muitos botões.”
Calei-me! Não
adiantava esclarecer que os botões, muitos ou poucos, importa que estejam no
sítio certo e que saibamos deles tirar partido.
Agora que a minha
câmara é bonita, lá isso é. Mas também há a fábula do La Fontaine, sobre a
coruja e a raposa.
By me
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