quarta-feira, 18 de junho de 2025

O nome da filha




Pescadores e caçadores têm uma coisa em comum: o tamanho conta.

Ficam muito mais satisfeitos e com muito mais para se gabarem se caçarem um javali em vez de um coelho. Ou uma truta no lugar de uma taínha.

Um fotógrafo também é um caçador, ainda que para ele o tamanho pouco importe: procura o momento, a luz, a perspectiva, a história.

Mas se a um fotógrafo juntarem o ser recoletor ou ajuntador de peças fotográficas, contará também o interesse de cada peça: forma, função, história. E, por vezes, é o mais pequeno que nos dá motivo para nos gabarmos. É o caso desta peça.

Vi-a anunciada na net e fiquei curioso. Nada nas fotografias indicava dimensões. Mas o que levou a ultrapassar o orçamento mensal foi o não ter ponteiro. Nem vestígios de um. Acabei por combinar o negócio, por um valor igual ao que se encontra nos sites internacionais.

E foi aqui que o meu interesse se foi transformando em cobiça: a enorme escassez de informação. Que raio seria aquilo?

Já em casa, em frente ao computador e com este aparelho na mão, estive mais de duas horas para conseguir reunir alguns dados sobre ele e, mesmo assim, incompletos. Mas consegui saber que a) fabricado na DDR; b) a célula é de selénio e não me espanta que já não funcione; c) não tem mesmo ponteiro mas antes um sistema único de leitura; d) data de produção: 1958.

Esta fotografia foi feita a correr, só para provar que cacei uma truta do tamanho de um javali. Quando terminar a tarefa de documentar e escrever sobre a parte aqui de casa relativa a fotómetros, logo mostro a sério.

 

Pentax K1mkII, Pentax-M macro 100mm 1:4


By me

Sem comentários: