Pescadores e caçadores têm uma coisa em comum: o tamanho
conta.
Ficam muito mais satisfeitos e com muito mais para se
gabarem se caçarem um javali em vez de um coelho. Ou uma truta no lugar de uma
taínha.
Um fotógrafo também é um caçador, ainda que para ele o
tamanho pouco importe: procura o momento, a luz, a perspectiva, a história.
Mas se a um fotógrafo juntarem o ser recoletor ou ajuntador
de peças fotográficas, contará também o interesse de cada peça: forma, função,
história. E, por vezes, é o mais pequeno que nos dá motivo para nos gabarmos. É
o caso desta peça.
Vi-a anunciada na net e fiquei curioso. Nada nas fotografias
indicava dimensões. Mas o que levou a ultrapassar o orçamento mensal foi o não
ter ponteiro. Nem vestígios de um. Acabei por combinar o negócio, por um valor
igual ao que se encontra nos sites internacionais.
E foi aqui que o meu interesse se foi transformando em
cobiça: a enorme escassez de informação. Que raio seria aquilo?
Já em casa, em frente ao computador e com este aparelho na
mão, estive mais de duas horas para conseguir reunir alguns dados sobre ele e,
mesmo assim, incompletos. Mas consegui saber que a) fabricado na DDR; b) a
célula é de selénio e não me espanta que já não funcione; c) não tem mesmo
ponteiro mas antes um sistema único de leitura; d) data de produção: 1958.
Esta fotografia foi feita a correr, só para provar que cacei
uma truta do tamanho de um javali. Quando terminar a tarefa de documentar e
escrever sobre a parte aqui de casa relativa a fotómetros, logo mostro a sério.
Pentax K1mkII, Pentax-M macro 100mm 1:4
By me
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