segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Mestres




No âmbito da minha profissão tive três mestres. Curiosamente, todos se chamavam José.
Qualquer um deles era muito bom naquilo que fazia, cada qual de seu jeito e com bases culturais absolutamente distintas: um baseava o que dizia e fazia em conceitos comunicacionais e meio esotéricos, outro tinha uma cultura académica fantástica e o terceiro primava por quase não ter lido um livro sobre o ofício, sendo um intuitivo espantoso.
Mas todos tinham uma característica em comum: modéstia. Modéstia no que faziam, sempre em busca de se superarem; modéstia no que diziam e explicavam, procurando sempre usar o elogio em vez da crítica.
Nunca lhes chamei “mestre” em presença. Rebelar-se-iam e ficariam zangados comigo, ao invés de se sentirem elogiados.

By me

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