segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Um livro



Na era da globalização escapam a quem não estiver atento as subtis ou nem tanto as diferenças culturais.
Claro que a língua, a indumentária, a gastronomia, a religião, as convenções sociais, nos saltam à vista.
Mas aquilo que se entende por “universal” – a fotografia – não é realmente universal.
A abordagem fotográfica ao que nos cerca não é igual pelo planeta. E isto mesmo excluindo aquilo que se fotografa: edifícios, gentes, comportamentos…
O clima, os hábitos, a vegetação, a exuberância ou a falta dela nas cores da paisagem, a forma como os sentimento são expressos… tudo isto acaba por moldar a forma de ver fotográfica.
Por muito científica que seja a perspectiva óptica, por muito idênticos que sejam os rendimentos cromáticos dos suportes, a escolha do local e do momento, do assunto, da relação do fotógrafo com o que fotografa não é universal. Mesmo que semelhante.
Isto é divertido de constatar e não perco uma oportunidade de me deliciar quando me apercebo de tal.
Aos poucos tenho tido oportunidade de ir conhecendo o que se faz ou fez por esse mundo fora. Quer através de exposições, quer através de livros. Claro que a net também o permitiria, mas não o sinto ou não gosto de igual forma quando vistas num ecrã.
É evidente que esta “visão” desta visão fotográfica depende dos editores e curadores de livros e exposições. Das suas selecções e das suas próprias visões da fotografia. Mas, mesmo levando isso em linha de conta, é um “estudo” divertido e que nos abre a mente para outras formas de fotografar. Para a nossa própria forma de fotografar.
Agora chegou-me às mãos um pequeno livro, da colecção “photo poche”, com um belo conjunto de fotografias de Martín Chambi. Imagens feitas no seu país natal, o Peru, nos anos 20 a 40 do séc. XX.
A quem se interessar sobre fotografia e na forma como os fotógrafos nos mostram o mundo, afeitos que estão às suas culturas e origens, recomendo. Este e tantos outros equivalentes.
Como cultura fotográfica e como ferramenta para o que fazemos.


By me

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