sexta-feira, 8 de abril de 2016

Sem imagens, naturalmente

A questão surgiu numa consulta de rotina.
Tinha-me eu despido perante a médica, que o exame assim o exigia. Passados minutos, já eu vestido, fomos interrompidos por uma outra médica que vinha saber já nem sei de quê. E que irrompeu pelo gabinete sem sequer ter perguntado se podia.
Quando saiu, a minha médica pediu-me desculpa pela colega e por não ter trancado a porta aquando do exame. Que era a minha privacidade que estava em causa.
Confesso que é um tipo de privacidade à qual pouca atenção dou. Não ando a exibir-me, é certo, mas o corpo é o corpo, sem mais modéstias ou diferenças que qualquer outro.
Já a privacidade dos pensamentos, que são muito meus e fruto de aturado trabalho, é-me muito querida. Guardo-os com o mais recatado pudor, só exibindo ou expondo os que entendo por cordatos ou suficientemente agitadores para mudar algo.
E é divertido ver como a maior parte das pessoas recata o corpo, fazendo um escândalo tremendo se um pedaço de pele a mais fica visível, mas nada faz para guardar os seus pensamentos, por vezes bem pérfidos ou obscenos.

As redes sociais são um bom exemplo disto.

By me 

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