segunda-feira, 4 de abril de 2016

Panamá Qualquer-coisa



Sobre o actual escândalo mundial chamado Panamá qualquer-coisa:

A corrupção ou honestidade não são apanágio de uma classe social ou país ou geração. São transversais no tempo e no espaço, abrangendo tudo e todos, variando apenas no grau e profundidade.

Um destes dias, numa pausa de trabalho, falava-se no dar ou não a identificação fiscal aquando de uma qualquer compra. Sou radicalmente contra isso e tal é sabido por lá. Mas voltei a insistir nos meus argumentos, enquanto ouvia os do costume:
“Ah pois, e tal, todos temos que pagar, temos que acabar com esta desonestidade e fugas aos impostos…”
Não me contive e retorqui-lhe:
“Em falando de questões de honestidade, isso é válido para os dois lados! Ainda não esqueci o como te gabavas há uns dias de pagar menos de energia eléctrica, pois tinhas “ajeitado” o contador que fica portas adentro e só é fiscalizado se deres entrada ao fiscal.”
“Pois, mas eles já cobram em excesso, e agora são os chineses, e os acertos de conta, e os…”
Chegou-se à conversa um outro ali sentado, reforçando os argumentos do primeiro. Mas também levou para contar:
“Certo, nisso de o seu a seu dono! Mas no outro dia, ali na máquina do café, ficaste com o troco esquecido pelo anterior utente, sem te preocupares em saber quem era. Apenas disseste ‘Boa! Hoje é de borla!’ Haverá que ser coerente, quando falamos de honestidade, não?”

O problema das corrupções nunca é escala, grupo social ou oportunidade. É mesmo uma questão de personalidade e atitude.

E de se ser ou não apanhado.

By me 

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