quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Apocalipse



Hoje é dia um de Outubro. E estavam previstos alguns apocalipses fatais para o mês de Setembro.
Baseavam-se eles em algumas profecias, bíblicas ou não, e na aproximação de alguns asteróides quase tangenciais nas suas trajectórias.
Acontece que, esgotado que está o mês de Setembro e o simples facto de estar a escrever estas linhas significam uma de várias coisas possíveis.
A – Fui apocalipsado e não o sei. O que não é estranho, já que os idiotas não o sabem e a sua condição só incomoda os outros.
Neste caso, estarei a escrever estas linhas num qualquer universo apocalíptico, num limbo entre a perfeição do eterno e o total absurdo da existência finita.
B – As profecias apocalípticas valem o que valem e, como disse alguém, “Prognósticos só no final do jogo”. No fim de contas, entre folhas de chá, búzios vazios e conjugações astrais, importa saber o tamanho da pancada que os profetas do apocalipse sofreram, se não for congénito.
C -  Nenhum apocalipse será digno de nota, nos jornais ou no nosso humilde quotidiano, comparado com a imensa tragédia que poderá acontecer no próximo domingo.
Essa sim, será objecto de letras gordas e intensos debates em tudo quanto for comunicação social, e só um autista profundo disso não se aperceberá.
Dependerá a magnitude do desastre do trajecto, não de asteróides que há muito erram no espaço sideral, mas das mãos que fizerem um “X” no privado da cabine de voto.

Faça de divindade e mude o rumo vertiginoso e apocalíptico das últimas dezenas de anos.


Imagem: apocalíptica visão, retirada da net, do que sucederá se os Tugas errarem.

By me

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