sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Teoria da conspiração (ou talvez não)





Esta minha teoria nada tem de novo. E já por aqui a deixei algumas vezes.
O dinheiro não é o objectivo dos poderosos. Aliás, se todos pensarem bem, o dinheiro não é o objectivo de ninguém. Aquilo que se quer é o que o dinheiro permite fazer. Desde as coisas mais básicas, como comer ou vestir, até às decisões mais abrangentes e ditatoriais, como o decidir sobre a forma de viver de um povo.
Se durante uns anos valentes tivemos o globo dividido em duas grande potências, na chamada “guerra fria”, em que as batalhas aconteciam em terrenos neutros (América Latina, África, Ásia), com o desaparecimento do chamado “bloco de leste” a guerra manteve-se mas com mudança de protagonistas.
Neste momento os principais oponentes serão, penso eu, os USA, a China e a EU. Cada um a querer marcar posição, a querer aumentar o seu âmbito de influência, a querer ganhar pontos seja lá como for. A velha Rússia está a querer entrar em liça de novo mas, por enquanto, a fazer dos territórios vizinhos o seus campo de batalha.
Acontece que não é de todo fácil manter frentes de combate, mesmo que económicas, com diversos oponentes. Mesmo para os muito poderosos, as questões de logística são por demais grandes para que se consiga resultados positivos.
A alternativa é (ou tem sido) o deixar um dos oponentes mais ou menos tranquilo, numa espécie de trégua morna, enquanto de vai derrotando o outro. Até que sobre apenas um adversário para a batalha final.
O elo mais fraco nesta guerra de poder é, sem dúvida, a Europa. As suas divisões internas culturais e a incapacidade de gerir uma política comum tornam-na no alvo fácil de potências homogéneas, capazes de usar os seus recursos concentrados sobre um alvo fixo.
Seria interessante se não fosse trágico, o ver como as estratégias estão a ser usadas pelos diversos oponentes para neutralizar a Europa: estrangulamento dos negócios bancários, invasão com produtos e gentes, bloqueio de fontes de energia. E vai sucumbindo, incapaz de enfrentar tantos adversários em simultâneo.
O que se está a passar com a Grécia e demais países do Sul é o resultado dessa contenda, é o minar de uma União até que o deixe de ser de vez e os demais possam tratar entre si das suas divergências e ambições.
Tal como o que vai acontecendo nos países islâmicos é, creio eu, o que acontecia ao tempo da guerra fria: batalhas colaterais, demarcação de território, desgaste lento na logística do adversário. Em caso de dúvidas, pergunte-se e procure-se a resposta: de onde vem o financiamento para manter operacional os exércitos dos extremistas, quando o resto do mundo os tem “sob bloqueio”, não negociando com eles?
Quando a Europa mais não for que um monte de ruínas económicas, veremos se Chineses e Americanos se enfrentarão por fim ou se tratarão, antes, de arrumar com os Russos.

Numa época de globalização, devemos ver as coisas do ponto de vista de um Selenita. 

By me

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