domingo, 8 de fevereiro de 2015

Sortes e azares





Ao longo de mais de sete lustros de ofício já tive oportunidade de ter à frente da minha objectiva ou equipamento a mais variada qualidade de gente. Alguns muito ilustres.
Gente grande de todos os campos: das filosofias, aos palcos, das artes plásticas à escrita, do desporto à religião… até jornalistas, políticos e empresários.
A sua esmagadora maioria partilhava de uma característica: não alardeavam o quão grandes eram.
Eram-no pelas obras que faziam, com uma genuína humildade, por vezes em excesso, perante as falhas do que faziam, tendo sempre por objectivo conseguir ir mais longe pelos seus próprios meios.
Com lamentáveis excepções, nenhum deles se afirmava melhor que, mais capaz que, maior que.

Acho um piadão a muitos que vou vendo, ouvindo ou lendo, incapazes do que quer que seja que saia da mediania, incapazes de darem ou de se darem, em que o resultado do que fazem não ultrapassa o sofrível, darem-se ares de grandes senhores e senhoras, passando o tempo e gabarolar-se e achincalhando os restantes.

Tenho tido sorte em ter conhecido aqueles muito grandes. E tenho tido azar em conhecer todos estes tão pequenos.

By me

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