quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Privacidades





Certo: hoje é dia um de Janeiro.
É aquele dia da mudança de ciclo, perdão, de ano, em que se fazem sérios desejos que depois não são cumpridos, cuja noite foi passada em claro ou quase, pelo menos por aqueles que não têm que se levantar cedo neste primeiro do ano.
Também é a altura em que se muda, ou mudava, o calendário nas paredes e as agendas nos bolsos ou secretárias. Tradição velha, substituída pela electrónica de consumo.
Aqui, na minha secretária (suponho que lhe posso chamar isso), tenho um já com uns anos de vida.
Não se trata nem de conservadorismo nem de pensar que o tempo parou. Trata-se, antes sim, de guardar uma peça rara, devo dizer raríssima.
Feito por uma artista que conheço, fez ela o especial favor de mo ofertar. E, como se não bastasse ter sido uma oferta, tem a especial característica de ter o mês de Fevereiro com trinta dias.
Poucos serão os que se podem gabar de lhes ter sido oferecido um dia extra!
Disse-me ela que se tratou de um engano. Ficarei sempre sem saber se o foi mesmo ou se se tratou de uma desculpa para uma prenda assim diferente e única: um dia especial.

E não, não mostro esse calendário. Este dia extra é meu, muito meu, e guardo-o naquele recanto privado onde guardamos as coisas raras e preciosas. Basta que saibam que existe.
O que fiz com esse dia também é privado!

By me

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