segunda-feira, 8 de setembro de 2014

E estava lá



Naturalmente que estava lá. Só podia.
E naturalmente ninguém dava por ela. Com o brilho do consumismo desenfreado, quem olha para algo que fique acima das montras ou escparates?
Mas dei eu por ela. Eu e a minha câmara, que “a minha câmara sou eu.”
Depois fui vê-la, sem enfeites ou artificialismos. Parecendo um tolinho, parado na balaustrada de nariz e olhos em cima.
E juro que vi um selenita a dizer-me adeus. Ou isso um fiapo de nuvem a querer escondê-la e a não conseguir, não sei ao certo.
Fosse como fosse, lá estava e mais ninguém a viu, p’lo que me pude aperceber. Ainda tentei mostrá-la a quem passava, procurando um casal de apaixonados p’ra verem a musa dos namorados. Inconsequente.
Quem quer olhar p’ros céus quando tem uma nova pecinha de roupa da moda ou vai a caminho do fast food da ordem?

Nos centros comerciais as estrelas no céu que ainda existem não passam de pálidos reflexos do artificialismo das luzes do consumo. Excepto para quem as queira e saiba procurar.

By me 

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