quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Momento Zem



É como que um “momento zen”, este que passo, diariamente, a encher os cigarros p’ro dia. Com as mãos ocupadas a fazerem movimentos repetitivos, a mente pode voar até onde entende. É como no banho.
Hoje, e já não sei como ou porquê, lembrei-me de um facto que não tenho como rigorosamente certo: Na China, os familiares dos condenados à morte têm que pagar a bala usada.
Nem desconfio da veracidade da coisa e sabemos como é isto dos boatos: tantas vezes repetidos acaba por ser aceite como verídico. E como não conheço ninguém que o comprove…
E esta cobrança ridícula levou-me a um outro caso, este real porque vivido por mim:
Uma tarde sou abordado por um agente da polícia municipal de Lisboa, perguntando-me se teria eu licença para ocupar aquele metro quadrado do Jardim da Estrela para fazer fotografia. Tratava-se do meu projecto “Old Fashion”. O espaço ocupado era o da minha câmara num tripé, um saco a ele encostado e uma cadeira de lona onde eu esperava os eventuais clientes. Quanto ao negócio propriamente dito, não envolvia dinheiro ou recibos, que as fotografias eram feitas e entregues gratuitamente. O meu “lucro”, e para além das fotos em si, foram as história e vivências que dali vieram comigo.
Não tinha eu licença, disse-lho, tal como lhe disse que não tencionava obtê-la. Voltei a vê-lo em diversos dias, enquanto ele patrulhava o jardim e eu ali estava parado, e nunca mais me perguntou o que quer que fosse.
E tudo isto a propósito de, depois de amanhã, uns valentes milhares de pessoas irem pagar portagem no decurso de uma manifestação na capital.
Ora batatas!
Se a manifestação é, exactamente, contra as cobranças excessivas internas e externas por parte das entidades governamentais, então há que pagar para o fazer?

Venerandos e obrigados, comprometidos com o sistema, abanando o focinho com o chocalho a dar a dar, não vá o pastor perder uma ovelha que entre p’lo terreno proibido.

Meeeeeeeee!

By me

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