terça-feira, 30 de abril de 2013

Pestes e pragas




Em acordando, ainda de madrugada, ligo o televisor. Hábitos velhos.
Talvez porque me não recordava da hora, tropeço num daqueles programas de publicidade, apenas publicidade e mais publicidade. A minha opinião sobre estas madrugadas publicitárias é que eles conseguem vender p’lo cansaço. Que, a dado passo, acabamos por aceitar comprar aquilo que nos querem impingir só para não os ouvir mais.
Desta feita foi diferente. E estive mesmo vai-não-vai para fazer o telefonema a encomendar o produto. Duas dúzias, talvez. Haveria apenas que saber uma coisinha extra antes de a formalizar.
Trata-se de um artigo que, garantem eles, expulsa as pestes e pragas de sua casa.
Liga-se na tomada e ele, o aparelhinho, envia por toda a rede eléctrica impulsos digitais, electromagnéticos, e funcionando tal como as placas do seu computador. Sem cheiros, sem aerossóis, sem reacções alérgicas, discreto, seguro para crianças e animais domésticos, trabalhando mesmo quando você está a dormir, com uma agradável luz de presença. E basta um para toda a casa, ao contrário de outros, que implicam um por divisão.
Segundo eles, este aparelhinho afasta toda a espécie de pragas: baratas, escaravelhos, pulgas, ratos, ratazanas, aranhas, moscas, mosquitos…
Foi este argumento sobre o controlo de pestes e afins que me fez ficar tentado.
Pensei eu que umas dúzias deles, digamos que um por prédio visto usar a rede eléctrica para espalhar o seu efeito, manteria o meu bairro limpo de outras pragas como ministros, secretários de estados, políticos, presidentes…
Acabei por desistir e não fazer o tal telefonema. É que a praga em causa é demasiado poderosa para a rede existente, havendo o risco de sobrecarga e incêndios.
O melhor mesmo é usar métodos clássicos, como o vetusto porrete ou o chumbo quente. Não há riscos acrescidos e sempre temos a satisfação de os ver cair.

By me 

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