sexta-feira, 19 de abril de 2013

O respeito e a falta dele




A coisa até que nem começou mal.
Apesar de me ter interrompido a meio de um raciocínio não muito fácil de exprimir por palavras, ainda por cima a olhar para o relógio, a sua frescura e simpatia, junto com o seu sotaque d’além mar e o dizer-me que não queria vender nada, fizeram-me aceitar responder a um pequeno inquérito de porta-em-porta.
As perguntas versavam atitudes políticas, opiniões e participação, bem como a relação com o governo e o fisco.
Lá fui respondendo, com honestidade, sendo que a dado passo lhe fiz notar o que trago na lapela: isto.
Já no fim, atreveu-se a pedir-me a identificação: primeiro e último nome, bem como o contacto telefónico. Saltou-me a tampa!
Se por um lado nada tenho a esconder, incluindo opiniões e activismo, por outro não me apetece, de forma alguma, que isso conste de um arquivo estatístico. Com a referência específica à minha pessoa e localização.
Fiz-lho saber, com a bonomia que a conversa tinha implicado. Mas sem azo a dúvidas.
Fez cara de furiosa e afastou-se, sem ao menos ter respondido à minha saudação de despedida.
Sinto-me orgulhoso da minha reacção: não fui mal-educado e a sua integridade física não foi posta em causa.
Mas vontade não me faltou, confesso.

By me 

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