sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sobre as presidenciais


As eleições presidenciais estão a um ano de distância, mas já se vão esgrimindo argumentos. E, pela classe dos que vão surgindo sobre os já declarados candidatos ao cargo, se antevê que a contenda não será nada pacífica!
Surgiu a candidatura de Fernando Nobre. E, a esse respeito, e numa entrevista a uma rádio, Alfredo Barros, antigo chefe da casa civil de Mário Soares, afirma o que se segue, retirado do jornal Público:

Alfredo Barroso, antigo chefe da Casa Civil de Mário Soares, criticou hoje a candidatura de Fernando Nobre à Presidência da República e classificou-a como “insólita”.
Em declarações ao Rádio Clube, Alfredo Barroso considerou que o candidato não tem preparação nem currículo para o cargo de chefe de Estado e defendeu que lhe falta passado político para ser presidente da República. “Para mim é um pouco insólito que uma pessoa que como ele se entregou à acção humanitária ao longo de uma vida queira de repente disputar um lugar que exige uma preparação política e um currículo e um passado que ele manifestamente não tem”, afirmou.
Depois, o antigo responsável falou também de Manuel Alegre, para dizer que tanto o histórico socialista como o presidente da AMI são “dois populistas de esquerda” que se candidatam à Presidência da República para ajustar contas. “Tenho um certo receio dos candidatos que se apresentam a defender valores acima dos partidos ou além dos partidos. Quanto as candidaturas assentam nas críticas e no distanciamento fazem sempre suspeitar de populismo e demagogia”, acrescentou, também a propósito da corrida para as últimas presidenciais, em que Alegre concorreu sem o apoio do PS e contra Mário Soares.

Pergunto-me se a lei portuguesa não define que as candidaturas ao cargo de Presidente da República dependem de um dado número de assinaturas a apoia-la e não, como parece ser aqui defendido, do apoio de partidos políticos.
Pergunto-me também porque carga de água terá o país – e todos nós - que depender de partidos políticos que, ao que sei, são organizações privadas, onde a admissão depende do apoio de um já membro, e cujo funcionamento, para além de ter uma estrutura interna rígida, acontece à margem das vontades (por vezes conhecimento) dos restantes cidadãos. É que, ainda por cima, não é possível aceder ao poder legislativo sem se pertencer a uma destas organizações, privadas como já disse.
Não estou a defender esta ou aquela candidatura. Mas qualquer cidadão nacional, no pleno usos dos seus direitos, se pode candidatar e ver o que o povo escolhe. Tenha os apoios que tiver, de partidos, de movimentos cívicos, de um clube de futebol ou do que quer que seja.
Talvez que faça sentido este senhor, que ocupou o cargo que ocupou, repensar o seu conceito de democracia e o que sabe e deixa de saber sobre a constituição da República Portuguesa.


Texto e imagem: by me

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