terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Fotografia obrigatória


Poderá ser um vício como qualquer outro. Cocaína, Nicotina, Cafeína, etc.
Para além do café e do tabaco, tenho um outro vício, bem confessável este:
Dia em que não faça uma fotografia que seja, é um dia triste e desaproveitado. Quando me deito à noite, vou sempre com a sensação de que algo me falta, que algo ficou por fazer.
Mas basta que haja uma só oportunidade para “fazer um boneco”, mesmo que não seja uma obra-prima nem a tal tenha aspirações, para que o dia me pareça risonho, que o que mais dele tenha que viver parecer mais leve proveitoso. E à noite, antes de adormecer, fico sempre com um sorrisinho ao canto da boca, como petiz comendo um doce roubado.
O dia estava farrusco, com o céu coberto de nuvens, nem bonitas nem feias, apenas nuvens.
O saco, com a câmara fotografia e afins, bem como o portátil, viajaram como todos os dias no meu “lombo”. Dias há em que pesa toneladas, outros em que, havendo feito um “boneco”, nem parece ali estar.
Entre a cantina e a escada que me levaria à cave onde fica o estúdio de TV em que trabalho, o Sol rompeu e deu um ar da sua graça sobre estas flores.
Foi o tempo de pousar a mochila num sítio que não estivesse molhado, sacar da câmara e fazer isto. Entre os olhares meio estranhos de alguns colegas e os comentários de “Pronto, lá está ele outra vez!” de outros. E o céu fechou de novo, regressando à sua condição de céu invernoso.
Não será uma “grande fotografia”. Mas está suficientemente satisfatória para ter alimentado com sucesso o meu vício de fotografar.
E, como li durante muito tempo numa página web, “A Picture a day keeps the doctor away.


Texto e imagem: by me

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