quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quando a obscenidade está no ar


Leio, na pantalha televisiva, que o presidente da República se sente preocupado, ainda que não comente, com os recentes factos do chamado “Caso face oculta”.
Na mesma caixa mágica sei que o ministro da economia considera que aumentos salariais de 1,5% são incomportáveis.
Mas, nas informações que me chegam via web no telemóvel, fico a saber que a administração do BCP aceitou o pedido de suspensão do cargo de Armando Vara.
Entretanto, uma linha em rodapé na TV avisa-me que os lucros do BCP não atingiram os esperados 30% mas que se ficaram pelos meros 25%, frustrando as expectativas dos accionistas.
Tudo isto é quase tão mau quanto a expressão do jovem na casa dos vintes que, usando o telemóvel, falava com o/a operador do 112, pedindo uma ambulância para alguém que tinha acabado de dar uma queda na rua e que suspeitava ter quebrado um tornozelo. Enquanto eu tentava manter algum bom humor na acidentada, ele questionava se estaria a ouvir bem e se estariam a recomendar que pegássemos na senhora e a colocássemos num táxi, a caminho do hospital.
Acabou por assim não ser, e o INEM sempre veio e levou a pobre da senhora. O que não conseguiu levar foi a estupefacção da cara do jovem solícito.
Se a obscenidade está nas TVs, nas WEBs e nos Telemóveis, nem sei porque me espantei ao confrontar o automobilista desta viatura com a forma como a estacionou e oiço, na volta, uma mão cheia de impropérios.
Afinal, a língua Portuguesa até que é rica em palavrões e insultos!


Texto e imagem: by me

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