quarta-feira, 4 de março de 2009

Semiótica da silanética


A Carris, empresa de transportes rodoviários em Lisboa, tem uns novos veículos.
Aqueles em que tenho viajado possuem um atrelado, como outros já existentes, com um novo arranjo interior. O arranjo do espaço interior parece menos prático, mas será mesmo uma questão de hábito. E elogie-se a reserva de espaço adaptado a passageiros em cadeiras de rodas.
Tem também avisos luminosos e acústicos sobre a paragem seguinte, o que poderá ser útil para forasteiros à cidade e divertido para os alfacinhas, que sempre se podem entreter a tentar adivinhar com que antecedência esse aviso é emitido.
O que me deixa espantado é a sinalética estática existente no interior. Autocolantes vários, informam ou avisam sobre diversos aspectos, como se constata na imagem. E se dois deles são iguais a todos os outros visíveis em tudo quanto é transporte, já os restantes merecem algum reparo. Nomeadamente no que respeita aos códigos de cores.
Por convenção, a cor amarela usa-se em sinalizações de perigo, no código da estrada, radiações, eléctricos e outros. Pergunto-me, assim, se o amarelo usado na informação sobre a existência de câmaras de vigilância se destina a informar de perigo… para carteiristas, violadores e outros meliantes ou criminosos. E, já agora que falo nisso, sempre gostaria de ver uma câmara de vídeo-vigilancia com este formato, que me divertiria imenso.
Mas mais estranho ainda é o recurso da cor verde em sinalização informativa genérica, como seja “saída” e “abertura de emergência”. Ao que julgo saber e uso ler, a cor habitual para informar será azul, ficando a verde reservada para sinalizar “via livre”. E é isso que encontramos nos veículos mais antigos, desta empresa ou de outras, bem como em aeronaves e ferrovias e respectivas gares.
Estas noveis opções dos técnicos de comunicação da Carris parecem-me passar mais por questões de interpretação pessoal, ou gostos de origem não definida, que por convenções generalizadas e facilidades de leitura para os utentes.
A menos que um qualquer decreto governamental tenha alterado os códigos. O que se seria interessante divulgar junto dos utentes.
Curioso também será o interpretar da sequência dos três avisos de baixo, sabendo a leitura da esquerda para a direita habitual. E, já agora, as diferenças nos respectivos tamanhos, tanto de cada um deles como das letras neles inseridas.
Será que o estudo da semiótica da sinalética foi cadeira reprovada no curso de quem criou estes avisos?
Já agora, um pouco mais sobre cores e as interpretações formais ou culturais que elas nos permitem.
AQUI.


Texto e imagem: by me

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