segunda-feira, 25 de abril de 2022

Teimosias e falta de jeito


 


Que eu sou teimoso ninguém que me conheça tem dúvidas. E hoje foi mais um desses casos.

Adquiri recentemente uma objectiva de 14mm para Full Frame.

“Uau!”, dirão alguns. “Para quê?”, dirão outros.

Surgiu a ocasião e eu não resisti. Tanto mais que a minha preferência vai para objectivas bem mais potentes, que me permitem uma perspectiva mais distânciada. Mas forçar-me a aprender aquilo que não domino é um exercício de que gosto.

Hoje aconteceu mais uma comemoração da Revolução de Abril. E, uma vez mais, decidi comparecer. Pela manifestação de per si e como fotógrafo. E, se me estou a esforçar por dar uso a uma objectiva e respectiva perspectivel útil, foi comigo.

A minha ideia era usa-la exaustivamente, esquecendo se possivel a outra que trazia no bolso do colete e com a qual me sinto muito mais confortável. Não apenas a tenho desde há muito como me permite trabalhar a distâncias mais de acordo com os meus hábitos.

Pois a bela da 14mm não rendeu o que eu esperaria. Melhor dizendo, não soube eu tirar partido do que tinha nas mãos.

Esta foi uma das que consegui fazer alguma coisa que se veja: o monumento raso a um dos capitães de Abril, em frente ao quartel do Carmo onde o governo da ditadura se rendeu aos revoltosos, comandados no local por Salgueiro Maia.

Tenho este monumento ou memorial como uma vergonha na cidade.

Apesar da sua modéstia e falta de vontade de protagonismo após a revolução, este monumento raso sem que nada ou quase o diferencie das restante calçada do local é pisado por quem ali passa sem que dele se apercebam. Hoje foi foi uma excepção, pelos cravos lá deixados por alguns dos que ali foram prestar homenagem aos militares de Abril.

Merecia Salgueiro Maia algo um pouco mais digno, por humilde ou singelo que fosse.


By me

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