Que eu sou teimoso ninguém que me conheça tem dúvidas. E hoje
foi mais um desses casos.
Adquiri recentemente uma objectiva de 14mm para Full Frame.
“Uau!”, dirão alguns. “Para quê?”, dirão outros.
Surgiu a ocasião e eu não resisti. Tanto mais que a minha
preferência vai para objectivas bem mais potentes, que me permitem uma
perspectiva mais distânciada. Mas forçar-me a aprender aquilo que não domino é
um exercício de que gosto.
Hoje aconteceu mais uma comemoração da Revolução de Abril.
E, uma vez mais, decidi comparecer. Pela manifestação de per si e como fotógrafo.
E, se me estou a esforçar por dar uso a uma objectiva e respectiva perspectivel
útil, foi comigo.
A minha ideia era usa-la exaustivamente, esquecendo se
possivel a outra que trazia no bolso do colete e com a qual me sinto muito mais
confortável. Não apenas a tenho desde há muito como me permite trabalhar a
distâncias mais de acordo com os meus hábitos.
Pois a bela da 14mm não rendeu o que eu esperaria. Melhor
dizendo, não soube eu tirar partido do que tinha nas mãos.
Esta foi uma das que consegui fazer alguma coisa que se
veja: o monumento raso a um dos capitães de Abril, em frente ao quartel do
Carmo onde o governo da ditadura se rendeu aos revoltosos, comandados no local
por Salgueiro Maia.
Tenho este monumento ou memorial como uma vergonha na
cidade.
Apesar da sua modéstia e falta de vontade de protagonismo
após a revolução, este monumento raso sem que nada ou quase o diferencie das
restante calçada do local é pisado por quem ali passa sem que dele se
apercebam. Hoje foi foi uma excepção, pelos cravos lá deixados por alguns dos
que ali foram prestar homenagem aos militares de Abril.
Merecia Salgueiro Maia algo um pouco mais digno, por humilde
ou singelo que fosse.
By me
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