Fotografia é, de uma forma muito simples, o registo do
efeito da luz sobre um material que a ele seja sensível.
Quer se trate de um minúsculo orifício numa caixa ou lata
que contem papel fotográfico, quer se trate de uns pedaços de vidro ou plástico
curvilíneos que conduzem as luz para uma superfície sintética alterando a forma
como se glomeram nela cristais de prata, quer se trate desses mesmo vidros
fazendo incidir a luz controladamente numa superfície que a ela reaage eléctricamente.
Haverá, depois, todo um processo complexo, químico ou físico
que fará com que essa alteração seja seja perceptível pelos nossos sentidos. Nomeadamente
a visão.
E, as mais das vezes, gostamos do que vemos nesse registo.
O que se torna curioso é que nós próprios fazemos fotografia
sem recurso a nenhum aparelho complexo construído numa fábrica ou
artesanalmente.
A luz atravessa o cristalino – as lentes dos nossos olhos –
incide na retina – o material fotossensível – que a transforma em impulsos
neurológicos conduzidos ao cérebro que o arquiva na memória.
E, de algum modo e sem grande esforço, conseguimos rever
essa imagem – ou fotografia – bastando para tal encontrarmos o estímulo que nos
conduza aos neurónios onde ficou armazenada. Como um albúm ou pasta de arquivo
digital.
Diz quem sabe, e muitos são, que as suas melhores
fotografias foram as que fizeram sem câmara, apenas observando aquilo que está
à sua frente. Todos nós as temos e eu não sou excepção.
No dia em que conseguirmos transpor para o exterior do organismo
o que que se passa no interior do cérebro, nesse dia os fabricantes de
equipamento fotográfico podem arrumar as botas.
Felizmente esse dia está bem distante.
Na imagem uma fotografia de um acto fotográfico. A luz do
sol, a escrever numa folha de papel, conduzida por um pedaço de vidro.
By me
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