quarta-feira, 27 de abril de 2022

Ética fotográfica




Coisas há que, de tão clássicas que são, se tornam um pecado não as fazer ou vivenciar. Esta é uma delas.

Em manifestações, ou não, procurar e fotografar um bandeira com a luz certa.

Talvez que seja a questão, para além da luz, do conseguir o momento certo (o instante decisivo, como dizia o mestre), em que o drapejar ao vento a coloca na posição e desenrolar certos. E qualquer bandeira, iluminada de frente ou por trás mostrando a sua translucidez é bonita e resulta em fotografia.

Manias minhas, que querem?

Este ano surgiu uma nova bandeira (ou, pelo menos, eu nunca a tinha visto): o arco-iris do movimento LGBT só que com o nome de um partido inscrito, não interessa qual.

Ainda antes de ter visto a inscrição vi a bandeira. Que é bonita na sua multiplicidade de cores. Com a luz certa então... fui por ela e pedi a quem a segurava um “jeitinho para a fotografia”. Fiz o “boneco” e logo a seguir me arrependi.

Que misturar coisas tão distintas como um partido político com o movimento LGBT é um absurdo! Ideológico, social, pessoal... uma espécie de apropriação partidária de algo que em nada se pode misturar com partidos. Com política sim, mas não com partidos.

A fotografia está ali, no arquivo digital junto com as demais feitas neste desfile de Abril de 2022. Não me envergonho de a ter feito, mas não a exibirei para não compactuar com ela e o significado.

Restou-me esta fotografia de bandeira, que seria um pecado não fotografar uma nesse dia.


By me

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