quarta-feira, 13 de abril de 2022

Achados




A história é simples mas longa. E muito técnica.

Há uns dois anos e tal foi-me ofertada uma objectiva de primeira água. Uma Pentax SMC 50mm f/1.2.

Pese embora ser de finais dos anos ’70, é excelente e passei a usa-la preferencialmente à 50mm f/1.7 que possuia. E possuo. O problema é que quem ma ofertou não tinha o seu pára-sol. E, para mim, um pára-sol é coisa vital.

Claro que tratei de procurar na parafernália aqui de casa um compatível, que não encontrei directo. Mas encontrei um, montagem 58mm, que com um anel adaptador, fazia e faz o serviço.

Quando há uns meses comprei uma Pentax K1 mk2 fiquei com um problema: o pára-sol que usava, perfeito para APS-C, vinheta muito ligeiramente em Full Frame. Bolas! Assim não!

Sendo certo que raramente uso o enquadramento original, procurando mais horizontalidade que o que o sensor fornece, fui-me adaptando, pensando nisso aquando da tomada de vista. Mas não estava a gostar da coisa.

Tenho procurado por tudo quanto é lado o pára-sol certo. Lojas de qualidade, grandes superfícies, lojinhas de bairro, lojas de artigos usados...

A moda hoje dos fabricantes é fazerem pára-sois dedicados, formato pétala e com encaixe de baioneta. Permitem serem guardados para transporte invertidos e com menos espaço ocupado mas têm dois defeitos: só são utilizaveis na objectiva para que foram concebidos e são de plástico. Mas barato mas mais frageis.

Ontem fui, sem muitas esperanças, a mais uma lojinha de bairro. Antiga, com o dono já meio entradote, como uma montra de modernidades mas com uma vitrine interior cheia de coisas de outros tempos: aneis adaptadores de baionetas e de filtros, tampas várias, cabos dedidados para flashes, algumas peças que nem eu sei bem para que servem. Mas nada de pára-sol.

Meio desanimado, antes de sair ainda perguntei se, por mero acaso, não teria o que procurava. E tinha! Não exactamente com o formato que eu tinha idealizado, mas perfeito para a função. E, melhor ainda, uma tampa compatível com o respectivo pára-sol, evitando ter que o tirar para a proteger. Não poderia ser melhor. Ainda por cima, mais barato que um almoço em qualquer restaurante nas imediações.

Perfeito!

Vou ser muito egoísta: não vou revelar onde fica a lojinha. Ele há tesoiros que temos que guardar e este é um desses.

Mas se algum dia precisarem de alguma peça, daquelas que não há nas grandes lojas e que, por vezes, quem lá trabalha nem sabe que pode existir, avisem-me. Sempre posso eu dar lá uma saltada e talvez encontrar, junto com mais alguma preciosidade que me convenha.

 

Informação adicional: esta fotografia foi feita com uma vetusta Tamron adaptal2 90mm f/2,5, usando a sua máxima abertura. Possuo-a há mais de 30 anos e continua a ser uma das minhas primárias preferidas. Pelo ângulo de visão (27º se a memória me não falha), como pelo “handeling”, pela escala de reprodução máxima (1:2) mas, e principalmente, pela sua qualidade ótica.

 

By me

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