A história é simples mas longa. E muito técnica.
Há uns dois anos e tal foi-me ofertada uma objectiva de
primeira água. Uma Pentax SMC 50mm f/1.2.
Pese embora ser de finais dos anos ’70, é excelente e passei
a usa-la preferencialmente à 50mm f/1.7 que possuia. E possuo. O problema é que
quem ma ofertou não tinha o seu pára-sol. E, para mim, um pára-sol é coisa
vital.
Claro que tratei de procurar na parafernália aqui de casa um
compatível, que não encontrei directo. Mas encontrei um, montagem 58mm, que com
um anel adaptador, fazia e faz o serviço.
Quando há uns meses comprei uma Pentax K1 mk2 fiquei com um
problema: o pára-sol que usava, perfeito para APS-C, vinheta muito ligeiramente
em Full Frame. Bolas! Assim não!
Sendo certo que raramente uso o enquadramento original, procurando
mais horizontalidade que o que o sensor fornece, fui-me adaptando, pensando
nisso aquando da tomada de vista. Mas não estava a gostar da coisa.
Tenho procurado por tudo quanto é lado o pára-sol certo. Lojas
de qualidade, grandes superfícies, lojinhas de bairro, lojas de artigos
usados...
A moda hoje dos fabricantes é fazerem pára-sois dedicados,
formato pétala e com encaixe de baioneta. Permitem serem guardados para
transporte invertidos e com menos espaço ocupado mas têm dois defeitos: só são
utilizaveis na objectiva para que foram concebidos e são de plástico. Mas
barato mas mais frageis.
Ontem fui, sem muitas esperanças, a mais uma lojinha de
bairro. Antiga, com o dono já meio entradote, como uma montra de modernidades
mas com uma vitrine interior cheia de coisas de outros tempos: aneis
adaptadores de baionetas e de filtros, tampas várias, cabos dedidados para
flashes, algumas peças que nem eu sei bem para que servem. Mas nada de
pára-sol.
Meio desanimado, antes de sair ainda perguntei se, por mero
acaso, não teria o que procurava. E tinha! Não exactamente com o formato que eu
tinha idealizado, mas perfeito para a função. E, melhor ainda, uma tampa
compatível com o respectivo pára-sol, evitando ter que o tirar para a proteger.
Não poderia ser melhor. Ainda por cima, mais barato que um almoço em qualquer
restaurante nas imediações.
Perfeito!
Vou ser muito egoísta: não vou revelar onde fica a lojinha. Ele
há tesoiros que temos que guardar e este é um desses.
Mas se algum dia precisarem de alguma peça, daquelas que não
há nas grandes lojas e que, por vezes, quem lá trabalha nem sabe que pode
existir, avisem-me. Sempre posso eu dar lá uma saltada e talvez encontrar,
junto com mais alguma preciosidade que me convenha.
Informação adicional: esta fotografia foi feita com uma vetusta
Tamron adaptal2 90mm f/2,5, usando a sua máxima abertura. Possuo-a há mais de
30 anos e continua a ser uma das minhas primárias preferidas. Pelo ângulo de
visão (27º se a memória me não falha), como pelo “handeling”, pela escala de
reprodução máxima (1:2) mas, e principalmente, pela sua qualidade ótica.
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