Alguém que se cruzou comigo no desfile/manifestação deste 25
de Abril perguntou-me se eu teria sentido o mesmo que no anterior: falta de
entusiasmo e um cumprir de tradição, apenas.
Pese embora continue muito mais organizado e formal do que
já foi em tempos, este ano senti mais entusiasmo. Talvez porque o dia estava
bonito, talvez porque as máscaras deixaram de ser obrigatórias, talvez porque
os presentes se sentiram livres de ali estarem... A verdade é que este ano foi
festa.
Mas constatei duas coisas coisas pouco comuns.
Num dos carros blindados Chaimite com que os desfile começou,
icones do dia da revolução, um dos tripulantes era uma militar. Algo impensável
em 1974, é bom de ver que hoje as mulheres tripulam blindados mano a mano com
homens. Os sorrisos que atirava para a direita e para a esquerda tiravam um
pouco da solenidade do momento, mas muito mais simpáticos que os olhares
sisudos dos veteranos que com ela manobravam as pesadas viaturas.
A minha outra grande surpresa foi ver tantas bengalas. Algumas
usadas com notório esforço. Foi como que ver toda uma geração vir para a rua
dizer:
“Ainda cá estamos, vivemo-lo e queremos celebra-lo.”
Foi igualmente bom de ver!
By me
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