São metodologias que hoje a maioria talvez não fosse capaz
de praticar.
Começando por olhar os assuntos e vê-los em termos de cinza.
Do negro profundo ao branco puro. Tentando reduzir todos os cambiantes de cor
em termos de brilho e contraste, ignorando os contrastes de cor. Não é coisa
fácil, para quem vê a cores, regista a cores e trabalha as cores.
De seguida fazer o enquadramento. Uma focal fixa é uma zoom
a dois tempos: pé direito e pé esquerdo. Mas o que acaba por ser divertido é
olhar para o assunto e, antes de colocar a câmara e espreitar pelo visor, ter
uma noção razoável daquilo que a objectiva capta.
Verificada a perspectiva, definir a profundidade de campo
pretendida. Para tal, ponderar a abertura de diafragma. E este depende da
relação do seu valor, do tempo de exposição, da velocidade da película e da
quantidade de luz existente. Como esta câmara está temporariamente sem medidor
de luz (sem pilha) estou a usar um fotómetro manual. Em modo de leitura de luz
incidente, reservando para mim a análise dos contrastes e decidir em função
disso.
Feitas estas contas e cálculos, enquadrar, focar, garantir
que o diafragma está realmente fechado na abertura escolhida e premir o
obturador.
Nas câmaras actuais, na sua maioria, boa parte destes passos
são feitos pelo “japonês inteligente” que reside na câmara. Excepção feita ao
ver em preto e branco, que isso não creio que esteja automatizado.
Não será a ferramenta que faz a obra-prima. Nem eu tenho o
arrojo de supor que as consigo fazer.
Limito-me tirar prazer do imaginar o resultado final que,
neste caso, só verei passados uns bons dias, talvez uma semana. E usar,
passados tantos anos, as técnicas que aprendi nos meus inícios é um exercício
divertido.
Que, entre outras coisas, me obriga a pensar antes de premir
o botão. E isso é o fundamental.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário