quinta-feira, 21 de junho de 2018

Hoje é feriado




Daqui por umas duas horas (são oito e troca o passo da manhã) será o momento alto do dia:
Na sua trajectória de translação em torno do Sol, o nosso planeta estará no solstício de verão.
Olhando pela janela, com a chuva e trovoada que acontece lá fora, não parece. Aliás, nem sequer se consegue ver o sol, tapado que está por pesadas e cinzentas nuvens.
Por isso mesmo, fico parado a pensar no quão importante e difícil era para os nossos antepassados pré-históricos assinalarem a data única no ano sem verem o sol.
Mandarmos sondas para além do sistema solar, usarmos a intenet, erradicarmos doenças ou mantermos alimentos comestíveis por mais de um ano não me espanta. A ciência e o conhecimento escrito permitem isto e muito mais.
Agora que os antigos, sem registos físicos, sem matemáticas ou telescópios, com uma língua presumivelmente reduzida de vocábulos e com pouca interacção entre povos, conseguissem identificar solstícios e equinócios e considera-los tão importantes a ponto de lhes erguerem monumentos que implicariam o recurso a todos os elementos da comunidade…
Quando hoje, lá pelas onze pouco da manhã (hora portuguesa) atravessarmos todos esse ponto no espaço, reconheçam que os antigos talvez fossem bem mais inteligentes do que pensamos, apesar de toda a nossa arrogância.
Os solstícios e os equinócios deveriam ser, do meu ponto de vista, dias a celebrar como feriados por todo o mundo, já que registados e venerados muito para além de calendários e fronteiras.
E, quando pensarem nisso, pensem também no quão pequenos, efémeros e insignificantes somos, num universo que quase desconhecemos e que, garantidamente, não dominamos.



By me

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