O José foi motorista de pesados na Líbia de Kafafi. Deu-se
mal.
Depois foi jornalista free-lancer em Espanha. A polícia teve
a cabeça dele a prémio, por ter feito uma entrevista a membros da ETA e não ter
querido divulgar as fontes ou os contactos.
Acabou por regressar a Portugal, ingressando na empresa onde
trabalho e procurando a tranquilidade. Também não foi boa escolha: ao fim de alguns
anos cruzou o portão com uma Walter 9mm à procura do director, que esteve
escondido numa casa de banho.
Uns meses depois, e após ter andado desaparecido umas
semanas, foram dar com ele enforcado numa árvore, na serra de Sintra.
Por vezes lembro-me do Zé, das maluqueiras em conjunto com
outros, das muitas garrafas vertidas até tarde na noite, das horas na
obscuridade de uma régie, das reuniões e conversas profundas e filosóficas.
Zé: se estás em algum lado, ergo-te o copo e repito-te “salut”!
By me
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