Um destes dias tropecei numa notícia sobre a abertura de um
local de diversões em Lisboa, pomposamente chamado de “Sweet Art Museum”.
Um dos argumentos usados para publicitar o local é que é
muito “instagramavel”.
Agora encontro um artigo de jornal sobre Barcelona em que o
título é “Los 14 lugares más instagrameables de Barcelona”. O seu conteúdo é
óbvio.
Fica-me a pergunta: visita-se os lugares ou cidades para se
os conhecer ou para se dar a conhecer que se os visitou?
Será mais pertinente estar nos lugares ou propagandear numa
rede social que lá se esteve?
É mais importante ser-se criativo nas fotografias que se
fazem ou fazerem-se fotografias como todos fazem, nos lugares que todos fazem?
Creio que a “aldeia global” está mesmo a transformar-se em
idiotice global, onde mais importante que ser alguém é ser alguém igual a
todos. Sem personalidade, sem individualismo, sem originalidade.
Imagem: algures na estrada de Benfica, em 2009. Espalhada
por toda a estada, que é longa, bem como nas vias adjacentes, dezenas de
palavras como esta. Não creio que se tenha vindo a saber quem criou tais grafitis,
mas sei que foram tema de uma tese de Mestrado, numa universidade no Porto.
Acho que já poucas sobrevivem, nove anos depois.
Instagramavel para além de todos os argumentos.
By me
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