segunda-feira, 18 de junho de 2018

Diatribe sobre métodos com pergunta no final




Certo! Há muitas de fazer as coisas. Se assim não fosse, todos teríamos resultados idênticos e isto da vida seria uma sensaboria.
E a fotografia, (que é parte da vida para alguns, é a vida para outros) não é diferente.
Sabemos que a fotografia é a escrita da luz (ou a escrita com a luz). Como tal, o seu domínio é vital. Em questões de qualidade e em questões de quantidade.
É por isso que os fabricantes colocam no mercado cada vez melhores sistemas de aquilatar a luz, quer se trate de aparelhos externos à câmara, quer se trate da forma como a própria câmara mede a luz. Pontual, matricial, ponderada ao centro, são vários os sistemas.
Mas as variáveis são sempre as mesmas, em princípio: a quantidade de luz existente, o tempo de exposição, a abertura do diafragma e a sensibilidade do sistema.
Há várias formas de lidar com estas variáveis.
Deixando que os automatismos façam o seu trabalho. Resulta mediano, na maioria das situações.
Completamente em manual. Tempo, abertura e sensibilidade sempre controladas pelo fotógrafo, decidindo sobre cada factor em função das circunstâncias. É divertido, dá-nos o total controlo sobre o resultado, mas moroso (ou mais moroso).
A terceira alternativa é um misto. Deixar que os automatismos aconteçam apenas em alguns factores, dependendo das decisões que tomamos nos outros. “Prioridade” a isto ou àquilo.
As mais das vezes opto pela terceira. A sensibilidade é sempre a mesma, o diafragma é decidido por mim, em função do que quero e vou estando atento ao tempo seleccionado pelo automatismo. Confesso que pouco trabalho desta forma, bastando-me um olhar de relance para os indicadores para me certificar que os valores automáticos estão dentro dos limites que aceito.
Claro que isto tem resultados medianos. Que depende sempre das condições de luz e dos contrastes da cena. E é aqui que uso a função extra que não referia: a compensação de exposição.
Conhecendo a forma de medir a luz da câmara, decido se aquilo que ela está a medir e a actuar em concordância está ou não de acordo com o que quero. As mais das vezes, trata-se de uma decisão minha antes mesmo de fazer a medição ou levar a câmara à cara: quero mais escuro que, ou mais claro que porque o assunto onde medirá é de si pouco ou muito reflector. Ou porque a interpretação subjectiva das luz existente implica uma abordagem que não meramente técnica e fiel do que está ali.

Nas recomendações que vou dando a quem me vai fazendo perguntas ou vai ouvindo o que vou dizendo, recomendo esta abordagem numa primeira e segunda fases: optar por abertura e definir profundidade de campo e decidir sobre a forma de medir e o seu resultado.
Deixo o manuseamento integralmente manual para uma fase mais avançada, em que o hábito de interpretar o assunto esteja bem enraizado.

E fica aqui a razão de ser desta diatribe: será que os demais que fazem fotografia ou ajudam a aprender fotografia têm abordagens semelhantes ou optam por outros caminhos?

By me

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