Eu não sou
fotógrafo!
Não no sentido que
por cá se usa.
Desde logo porque
não vendo o que faço, não estou no mercado. Faço o que faço porque me apetece,
porque tenho prazer nisso e não para satisfazer um qualquer cliente cujos
conceitos estéticos podem ser uma “ofensa” aos meus, mas que me obrigariam a
cumprir.
Depois porque faço
muita questão de não alardear se sou ou não bom. Sou o que sou, fazendo o que
faço à medida daquilo que sou capaz. Não preciso – melhor: não quero – entrar
em competição com outros, afirmando-me “melhor que” ou definindo este ou aquele
“pior que”. A única competição que aceito (e vou a todas!) é comigo mesmo,
tentando a cada coisa ou fotografia que faço ser melhor que na anterior. Não
melhor que o trabalho de outros.
Se tenho
referencias ou ídolos na fotografia? Tenho sim senhor! Alguns fotógrafos há que
me inspiram, cujo trabalho me faz inveja. Tanto pela criatividade demonstrada
como pela perícia com que o fazem. Nesses vou beber como na fonte, tentando que
com eles aprenda ir eu mesmo mais longe no meu próprio caminho.
Mas recuso
liminarmente a competição técnica, estética ou comercial. E faço muita questão
de não andar a alardear as minhas eventuais qualidades. Sou o que sou e ponto
final, sem comparações ou competições.
E, neste país de
aparências e ilusões, onde certificados, diplomas e egos gigantescos contam
mais que trabalho feito e investimento pessoal, eu não sou fotógrafo!
Talvez
photógrapho, mas certamente que não fotógrafo!
Portanto se me
virem na rua, a bater uma chapa ou simplesmente carregando a minha tralha nas
costas, por favor não me venham perguntar se sou fotógrafo. Com um pouco de
sorte, e se estiver bem-disposto, ouvir-me-ão responder que, com uma câmara na
mão dificilmente estarei a vender pneus!
By me
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