O jornal começa a
notícia com o seguinte título:
“Rendimentos dos
licenciados baixaram 20% desde 1998”
Segue-se o corpo
do texto, que começa com estes dois parágrafos:
“O saber não ocupa
lugar. Todos conhecemos este ditado popular e ninguém contesta a ideia que está
na base. No entanto, a recompensa para quem estuda em Portugal já foi maior
tendo em conta os rendimentos.
De acordo com os
dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o rendimento salarial médio
mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem com ensino superior baixou
19,5% em duas décadas.”
O que é
interessante de observar aqui e no que se lhe segue (leia-se o artigo no jornal
I, 13/2/2017) é que não refere em quanto variou negativamente o salário médio
de quem trabalha por conta de outrem e não tem uma licenciatura.
É que gostaria eu,
e muitos portugueses, de saber se o fosso entre classes aumentou ou diminuiu.
Claro que ao
dizer-se “a recompensa para quem estuda” está-se a definir logo à partida que
os restantes, os que não estudaram, não merecem recompensa ou uma recompensa
menor. Independentemente dos motivos de não terem estudado.
E é-me obvio que
quem escreve isto gosta imenso de ter quem, sem licenciatura, lhe limpe o
escritório de madrugada, quando ainda nem sequer pensou em acordar.
Gosto à brava do
corporativismo dos escribas de serviço!
By me
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