segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Corporativismo



O jornal começa a notícia com o seguinte título:
“Rendimentos dos licenciados baixaram 20% desde 1998”
Segue-se o corpo do texto, que começa com estes dois parágrafos:

“O saber não ocupa lugar. Todos conhecemos este ditado popular e ninguém contesta a ideia que está na base. No entanto, a recompensa para quem estuda em Portugal já foi maior tendo em conta os rendimentos.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o rendimento salarial médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem com ensino superior baixou 19,5% em duas décadas.”

O que é interessante de observar aqui e no que se lhe segue (leia-se o artigo no jornal I, 13/2/2017) é que não refere em quanto variou negativamente o salário médio de quem trabalha por conta de outrem e não tem uma licenciatura.
É que gostaria eu, e muitos portugueses, de saber se o fosso entre classes aumentou ou diminuiu.
Claro que ao dizer-se “a recompensa para quem estuda” está-se a definir logo à partida que os restantes, os que não estudaram, não merecem recompensa ou uma recompensa menor. Independentemente dos motivos de não terem estudado.
E é-me obvio que quem escreve isto gosta imenso de ter quem, sem licenciatura, lhe limpe o escritório de madrugada, quando ainda nem sequer pensou em acordar.


Gosto à brava do corporativismo dos escribas de serviço!

By me

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