Um destes dias
estive a ver uma exposição de fotografia. Uma colectiva.
Resultava ela dos
trabalhos finais de um curso de introdução à fotografia.
Não tenho grande
coisa a apontar aos trabalhos ali apresentados: bem expostos, bem impressos,
com as saturações de cor da moda, com o recurso ao mesmo tipo de perspectivas, ao
mesmo tipo de luz, ao mesmo tipo de enquadramentos, ao mesmo tipo de jogo de profundidade
de campo… Cada uma delas não estava má.
Mas o conjunto,
benza-os deus… o conjunto quase que parecia ter sido feito por um só fotógrafo,
de tão quase iguais que eram na formalidade e estética.
Não sei quem foi o
formador ou professor. Mas uma coisa posso assegurar:
Conseguiu que um número
indeterminado de pessoas, com vontade de aprender, ficasse formatada ao seu próprio
gosto e abordagem. Ou, pelo menos, a uma só abordagem estética.
Não senti, naquela
exposição, que os formandos tivessem sido incentivados a procurarem o seu próprio
caminho, longe ou não das modas fotográficas das revistas baratinhas ou das
redes sociais pseudo vocacionadas para a fotografia.
Eu sei que muita
gente procura na fotografia (e noutras actividades) a inserção num mundo
definido, sem querem ser diferente (ou com medo de serem diferentes) e
procurando a aceitação e agrado dos seus pares.
No caso da
fotografia, o melhor método para isso é fazer igual aos outros, nas formas e
conteúdos, não arriscando fazer diferente para não ser criticado.
E se a prática da
fotografia, como tantas outras formas de expressão, implica e necessita a
satisfação do autor, se isso acontecer é bom.
Mas todos iguais,
caramba! É triste!
By me
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