Há vários motivos
pelos quais não me intitulo fotógrafo no sentido geral do termo.
Um deles será a
minha atitude para com a busca da fotografia. Não a procuro lá longe, onde as
luzes, as cores, as pessoas, as pedras são diferentes.
Procuro fazer
fotografia – se é que procuro – aqui mesmo, onde vivo ou resido, sabendo que
assuntos e luzes é o que não faltam para merecerem um registo. Mesmo a vista da
minha janela é diferente todos os dias.
Por outro lado não
tenho e não uso fotografias inocentemente. Todas as imagens que produzo e
divulgo têm sempre um ou mais significados para além do explícito na cromogenia
da imagem.
Mesmo quando digo
que “foi a luz bonita que me fez fotografar” não estou a falar completamente
verdade. Aquela luz, naquele local, naquelas circunstâncias, fez-me ter um
determinado sentimento que justificou o fotografar. Muito provavelmente uma
semana antes ou depois, nas mesmas condições de luz e assuntos, não
fotografaria ou, se o fizesse, seria porque outras memórias e/ou sentimentos a
tal me levavam.
Mesmo hoje, quando
a preguiça me impede de ir fotografar e procuro nos meus arquivos um
equivalente fotográfico, sei que estou a usar uma imagem com significado
diferente do original. Até porque me lembro dele.
Talvez que por
tudo isto (e mais uns trocos aqui não explícitos) não gosto de me intitular fotógrafo.
Com sorte, serei
um iconógrafo, o que produz e usa ícones em suporte e técnica fotográfica.
Quanto ao resto, e
se me quiserem chamar de “batata frita” também serve.
By me
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