terça-feira, 19 de agosto de 2025

Espreitando




Os edifícios cosmopolitas, são interessantes.

Não me refiro a quem os frequenta e aos seus comportamentos mas ao que neles vemos e ao que dele vemos.

Uma das coisas que gosto de procurar são as janelas ou aberturas que possam existir nos sanitários ou mesmo cozinhas. Que, em regra, estão viradas paras as traseiras dos prédios. E, do outro lado do pátio, viela ou beco, o mesmo acontece.

É assim normal de uma cozinha ver-se o que acontece na cozinha do vizinho. Já nos sanitários há um maior pudor, com uma cortinita ou persiana a limitar as vistas.

E quanto maior e mais antigo for o edifício mais interessante se torna. Por vezes o ponto ideal de observação é uma água furtada, se existir e se a ela tivermos acesso, o que não é comum em locais de acesso público.

No caso presente, trata-se do que se vê de uma janela de um restaurante numa zona velha e nobre de Lisboa.

Não me podia aproximar mais da vidraça, pelo que isto era o que estava no campo de vista. Um pouco mais ao lado a cozinha tinha uma janela apetitosa, mas a azáfama era demasiada para que um pedido fosse bem recebido.

Acabei por me ficar com isto, mas com a promessa aos meus botões de ali voltar numa hora e época do ano com menos movimento e, quem sabe, com as telhas molhadas.

 

Pentax K7, Super Takumar 85 1:1,9


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