quinta-feira, 20 de julho de 2017

Dinheiro



Foi aprovada a lei que proíbe transacções em dinheiro vivo acima de três mil euros.
Para além desse valor terá que ser usado qualquer outro meio de pagamento como cheque ou transferência bancária.
Esta lei, cheia de bondade, é agora criada para promover a transparência económica, fugas ao fisco e obstar a corrupções e lavagens de dinheiro ilícitas.
No entanto…
No entanto esta lei obriga a que os cidadãos tenham uma conta bancária. Por outras palavras, esta lei obriga a que os cidadãos tenham um contrato com terceiros para fazerem a sua vida. Terceiros esses que têm lucro com esses contratos.
Imaginemos, por exemplo, que eu vou poupando do meu salário (como se isso fosse possível nos tempos que correm!) e que ao fim de três ou quatro anos consigo o suficiente para comprar uma câmara fotográfica boa. Ou um carro usado em condições. Ou umas férias. Ou uma remodelação da casa.
Porque raio tenho eu que comunicar a uma entidade terceira que o faço? Porque raio tem uma entidade privada que ficar com os registos de tal transacção? Porque raio tem uma empresa que lucrar com as minhas poupanças se nada faz nesse sentido? Porque raio tenho que dizer ao mundo e a privados que comi salsicha no lugar de costeleta durante três anos para ir de férias?
O mundo em que vivemos está gradual mas firmemente a acabar com a privacidade dos cidadãos e a transformar os bancos em, mais que fiscais, chulos do trabalho e esforço de cada um.

E o totalitarismo securitário tanto acontece à direita como à esquerda ou ao centro. O desejo de dominar, controlar, mandar nos cidadãos é terrível, venha de onde vier.

By me 

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