sexta-feira, 11 de abril de 2014

Fisga



Fala-se, hoje, que se quer um 25 de Abril de novo.
O 25 de Abril foi o poder ser possível falar sem medo do interlocutor; foi o poder decidir do nosso futuro em democracia; foi o terminar a guerra colonial; foi o poder sonhar em construir o dia de amanhã. Foi bonito!
Mas foi muito mais que isso, caramba!
Foram as comissões de trabalhadores, foram as organizações de bairro, foram as uniões de estudantes, foram as comissões adoc, foi a espontaneidade, foi a vontade de fazer e o fazer. Pelas nossas mãos, com o pouco que cada um tinha, fazer muito.
Foi o ser preciso limpar umas ruas e serem limpas, que todos tinham uma vassoira ou uma pá; foi o haver que reparar carteiras e mesas e repararem-se, que as férias não são só para esperar p’las notas e conviver; foi o ser preciso fazer jardins e fazerem-se, que cavar, terraplanar e semear todos se ajeitam; foi fazerem falta salas de convívio e creches e bibliotecas e elas surgirem, que todos têm uns livros ou uns berços ou umas cortinas p’ras janelas; foi…
Uma revolução não se faz apenas com militares e mudanças de leis e governantes!
Uma revolução faz-se, também, com o que todos e cada um dos cidadãos faz e está disposto a fazer em prol de si mesmo e de todos. Faz-se com a mente e com os actos. Faz-se na comunhão de objectivos, sonhos e práticas.
Queremos uma revolução, uma mudança de rumo e de status quo? Queremos sim senhor!
Sentados no sofá, esperando que algo ou alguém faça algo? Dificilmente o conseguiremos!


By me

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