Ontem à noite, em querendo publicar um texto que tinha na
cabeça, mas não tendo como fotografar, considerando o onde estava, acabei por
ir buscar uma imagem de arquivo. Esta e este texto:
“Há muitos,
muitos anos, disse-me alguém:
"Os
deuses perdoam, os burros esquecem. Aproxima-te de quem preferires."
Sei que
não sou deus (ou talvez seja) e acho que não sou burro (ou talvez seja).
É nesta
dualidade que vivo.”
Um colega
de ofício, vendo-o, comentou comigo, que o momento assim o permitia:
“Este é
aquele tipo de iluminação que não se usa (ou talvez use)!”
Em boa
verdade, ele tem razão. Haverá que saber o que se deve usar (e este deve tem
tanto que se lhe diga...), tal como o que não se deve usar (e este não deve tem
tanto que se lhe diga...), para que se possa usar o que não se deve usar com
sucesso.
Fazendo um
paralelismo, todas as revoluções são ilegais até que têm sucesso.
Regra geral
a luz que usamos para fotografar, quer se trate de luz natural, quer se trate
de luz desenhada e executada por nós, tem por objectivo mostrar o assunto com o
conforto visual suficiente para que não atrapalhe a observação da imagem. Nem revele
ou oculte aquilo que queremos revelado ou ocultado. As rugas e as papadas sob o
queixo evitam-se ou ocultam-se a menos que esse seja um factor importante na
história a contar. Os olhares mostram-se ou evidenciam-se, para a objectiva ou
para um qualquer outro ponto dentro ou fora do enquadramento, porque os “olhos
dizem mais do que a boca se atreve”.
Negar isto,
fazer o seu oposto com critério e propositadamente, sabendo o seu resultado,
pode ser a melhor forma de contarmos o que queremos. Explícita ou
implicitamente.
O conforto
visual de uma imagem não é uma regra sacro-santa.
Já o
queremos provocar uma emoção em quem vê o resultado do nosso trabalho, seja
qual for a emoção que queremos provocar, é algo que devemos procurar a todo o
custo. Mesmo quebrando as “regras”.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário