Um olhar menos atento dirá que se trata de uma galhada de um
pinheiro, escorrendo gotas de chuva.
No entanto, estando alerta e em sintonia com a árvore,
podemos ficar a saber que se tratam de lágrimas de árvore, cuja raiz foi
adoecendo até ao momento final, em que tombou morta.
Quando a encontrei, e já ali estava há uns dias, fiz-lhe um
afago. No tronco, a que tantas vezes me encostei, nas folhas que nunca alcancei
mas que tantas vezes me protegeram do sol impiedoso.
Enquanto fotógrafo (á-lá-minuta, repórter, caçador de
imagens, taxidermista do tempo, escrevinhador de luz ou apenas recortador do
universo) não poderia fazer um registo de uma amiga morta.
Apenas guardei com a minha câmara aquilo que me deixou na
mão: as suas lágrimas.
By me
1 comentário:
Adorei!Um grande abraço,e um feliz ano novo.
Zé
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