Esta coisa do final do ano é tão arbitrário como qualquer
outra coisa que se baseie num calendário. O gregoriano é apenas um calendário,
onde o final do ano é só mais uma data.
Sei de uma zona do globo que festeja o final, ou início, do
ano no equinócio da primavera. Também é arbitrário, mas faz mais sentido.
Agora o que me chateia a valer nos finais de ano são as
revistas do ano. Aquelas súmulas noticiosas onde se contam os acontecimentos
mais importantes desse ano. Divididos por categorias, claro: política,
desporto, economia, sociedade, cultura...
Em regra, relatam os desastres, as calamidades, as tricas,
os fiascos, as guerras... tudo aquilo que de mau ou desagradável aconteceu em
doze meses.
Muito raramente contam ou elencam coisas positivas, daquelas
que nos agradam saber, histórias com finais felizes.
Por exemplo, não contam quantos incêndios urbanos foram
combatidos sem vítimas. Ou quantos nascituros sobreviveram. Ou quantas obras de
arte foram expostas. Ou quantos casamentos ou uniões de facto foram registados.
Coisas assim, bonitas, que nos provocam um sorriso e um
acreditar que nem tudo está perdido.
Creio que os cursos de jornalismo formam, mais que
jornalistas, pessimistas, derrotados à partida, gente com óculos deformadores. Na
sua ânsia de corrigir e denunciar aquilo que entendem por injustiça, acabam por
esquecer que a vida é composta de coisas boas e de coisas más. E que as
primeiras também necessitam ser divulgadas, a bem da sanidade mental de quem vê
ou lê notícias.
Mas quem sou eu para dar lições a uma classe que se entende
acima das outras, que tem o nome de “quarto poder” mas que não é eleita?
Se o sufixo “in”, em língua portuguesa, significa “negação,
nunca se esqueçam disso ao usarem o termo “informação”!
E procurem as coisas boas da vida!
By me
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