É sabido que são as condições adversas que condizem os
humanos a soluções inovadoras. Tanto nas ciências quanto nas artes.
E estamos a atravessar um momento adverso!
Para além dos que já estão doentes, o risco de novos casos –
e é garantido que acontecerão – conduz a situações de recolhimento forçado,
medo quando não pânico, corte ou suspensão de relações sociais, isolamento.
Gente há – e espero que muita – que retirará destes
condicionalismos lições para o futuro. Tanto técnicas e sistemáticas quanto
criativas e inovadoras.
Espero que os especialistas no campo das ciências humanas
estejam já a recolher dados – talvez que a partir de casa – sobre comportamentos.
Sociais e individuais.
Que as soluções de hoje – fruto da organização social com as
tecnologias de comunicação – levam a comportamentos bem diferentes de situações
análogas do passado.
As redes sociais, os media, a observação de campo nos círculos
restritos ou alargados conduzirão, estou certo, a novas teorias ou a
confirmação de outras. Desta feita, e infelizmente, sem ser em laboratórios ou
com voluntários, mas na vida real, bem real.
E acredito que, também infelizmente, que o animal que existe
em cada humano, virá ao cimo, perdendo-se parte da civilização. Em condições
extremas, e para lá caminhamos, o “cada um por si” será a tónica dominante,
passado que for o tempo de solidariedade.
Deixo aos sociólogos, antropólogos, psicólogos e outros “-ólogos”
o cuidado de observarem os dias que correm e disso tirarem elações e
ensinamentos.
E deixo a todos – repito todos – a lembrança: chegámos onde
chegámos enquanto sociedade e cultura, porque fomos capazes de ser solidários e
agirmos em conjunto.
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