segunda-feira, 30 de março de 2020

Fotografia e livros




Confesso que prefiro ver fotografias de bons autores em livros.
Por um lado tenho mais calma ou paciência para ver um livro que para acompanhar o que há na net.
Por outro, em regra a qualidade do que foi impresso é mais garantida que as que aparecem na net. Desde que haja o cuidado em escolher uma boa editora.
Por fim, um livro pode ser degustado em qualquer lado, não depende de energia ou duração de baterias e o sofá é, muitas vezes, mais confortável que a cadeira da secretária.
No entanto há um senão que me aborrece de morte: quando o paginador do livro decide imprimir a duas páginas.
Se é verdade que a imagem tem maior tamanho, também é verdade que a união das duas páginas quebra violentamente a unidade da fotografia, introduzindo um traço vertical em nada consentâneo com o trabalho do autor. Deixamos de ver “uma imagem” para passarmos a ver “duas” imagens justapostas.
E mesmo que nos consigamos abstrair bastante dessa quebra, haverá sempre alguma alteração de geometria na proximidade da união de páginas.
Há obras fotográficas, tanto em monografias como em colectâneas, a que só temos acesso neste tipo de livros.
Quando não tenho alternativa, lá os compro. Mas sempre com alguns impropérios aos paginadores ou editores, que preferem o lucro da venda dos livros ao respeito pelos autores apresentados.

Na imagem: “Nocturno”, de Doutor Alfred Kiesteis, 1902, Alemanha
By me

Sem comentários: