Confesso que prefiro ver fotografias de bons autores em
livros.
Por um lado tenho mais calma ou paciência para ver um livro
que para acompanhar o que há na net.
Por outro, em regra a qualidade do que foi impresso é mais
garantida que as que aparecem na net. Desde que haja o cuidado em escolher uma
boa editora.
Por fim, um livro pode ser degustado em qualquer lado, não
depende de energia ou duração de baterias e o sofá é, muitas vezes, mais confortável
que a cadeira da secretária.
No entanto há um senão que me aborrece de morte: quando o
paginador do livro decide imprimir a duas páginas.
Se é verdade que a imagem tem maior tamanho, também é
verdade que a união das duas páginas quebra violentamente a unidade da
fotografia, introduzindo um traço vertical em nada consentâneo com o trabalho
do autor. Deixamos de ver “uma imagem” para passarmos a ver “duas” imagens
justapostas.
E mesmo que nos consigamos abstrair bastante dessa quebra,
haverá sempre alguma alteração de geometria na proximidade da união de páginas.
Há obras fotográficas, tanto em monografias como em colectâneas,
a que só temos acesso neste tipo de livros.
Quando não tenho alternativa, lá os compro. Mas sempre com
alguns impropérios aos paginadores ou editores, que preferem o lucro da venda
dos livros ao respeito pelos autores apresentados.
Na imagem: “Nocturno”, de Doutor Alfred Kiesteis, 1902,
Alemanha
By me
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