Com a situação sanitária e a declaração do estado de
emergência, que acredito que será prolongado, suspeito que as tradicionais
manifestações de 25 de Abril e 1 de Maio sejam suspensas.
Ou por bom senso dos seus promotores ou proibição das
autoridades.
Seria a primeira vez desde 1974 e muitos serão os que o
lamentarão.
No entanto…
No entanto acredito que tal seja benéfico.
Quando os festejam se rotinam no onde, quando, como, porquê
e quem, acabam por perder significado. Em boa verdade, há já toda uma geração
que ignora estes festejos em tudo o que significa que não o serem feriados.
A inovação nas celebrações pode e deve mudar de forma para
reavivar os significados e abranger mais gente. As grandes manifestações de
alguns milhares de pessoas, com desfile, discursos, petiscos e regresso a casa
ficam limitadas a isso mesmo. Até porque os media cada vez mais dispensam menos
tempo a tais actos públicos.
Talvez faça sentido que as organizações (políticas e
sindicais) pensem em alternativas (impostas pelas circunstâncias) e promovam
outras e novas formas de manifestação. Nas janelas, nas redes sociais, em
discursos feitos e transmitidos pelas tecnologias de comunicação… com maior
abrangência populacional, talvez que com mais impacto nas gerações mais novas.
A avenida da Liberdade este ano talvez esteja vazia. Mas não
sairá a Liberdade das nossas mentes e corações.
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