terça-feira, 7 de agosto de 2018

Pensando e agindo




Os incêndios são uma tragédia e estão a transformar-se num flagelo.
Nada de novo nesta afirmação.
Aquilo que é do senso comum sobre os incêndios é a destruição da floresta e mato, a perda do meio de subsistência de quem vive do campo, os danos nas habitações, as vítimas… E, do ponto de vista político, o uso e gestão de meios, a atribuição de responsabilidades, as compensações às populações afectadas…
Mas raramente, se alguma vez, se fala de uma perda que, não sendo irreparável, é igualmente dramática: a perda de colmeias.
Nas zonas afectadas por incêndios, bem que podemos replantar as árvores, esperar que as chuvas levem as cinzas, que as colheitas se realizem nas estações seguintes. Mas se as abelhas não regressarem, naturalmente ou por mão humana, como se pode esperar que a flora recupere? E se a flora não recuperar, como se pode esperar que a fauna – insectos, repteis, herbívoros, predadores – regressem e procriem?
É que os ecossistemas funcionam em cadeia e o facto de faltar um elo – no caso a polonização – todo o resto fica afectado.
E, se não quiserem questionar os especialistas em entrevistas de primeira página, vão perguntar aos antigos, aqueles que tratam as colmeias e os campos com o desvelo de saberem que é do respeito ao equilíbrio das espécies que retiram o seu sustento. Que retiramos o nosso sustento!
Muito se vai falando da morte das abelhas, ainda sem causas identificadas. Os incêndios florestais são uma das bem conhecidas e com soluções relativamente fáceis.

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