Vai sendo espalhado, aqui e ali, que a Arábia Saudita terá
executado com decapitação uma activista.
Vão aparecendo fotografias da senhora, umas dela sentada
sorrindo, outras obvias fotomontagens do mesmo rosto em variadas situações. Tal
como foi publicado um vídeo, entretanto apagado pelo youtube, da decapitação em
praça pública de uma mulher.
Fui dar uma olhada, aqui e ali, para encontrar outros
conteúdos que não copy/past e que confirmassem o facto.
E fiquei a saber que essa decapitação, documentada com vídeo
e com fotografias do mesmo, ocorreu em 2015 com outra mulher. Imagens bárbaras
de uma birmanesa, executada em Meca, na Arábia Saudita, por ter abusado sexualmente
e morto a sua enteada de sete anos.
Quanto à senhora de quem agora se fala, presa desde há três
anos tal como o seu marido e mais quatro pessoas por activismo dos direitos das
mulheres, continua em prisão e será julgada em Dezembro deste ano.
Efectivamente, ela corre o risco de ser executada, já que
essa é a pena pedida pela acusação.
Mas a notícia da sua morte por decapitação é, por enquanto
falsa.
Nota adicional: gastei pouco mais de meia hora a saber o que
acima relato. E o que me despertou a curiosidade sobre o facto foi ele não ter
sido noticiado em nenhuma fonte “credível”, das esquerdas às direitas, dentro e
fora do país.
Tal silêncio, mesmo tratando-se de algo num país fortemente
fechado à comunicação social, fez despertar em mim uma campainha de
desconfiança. Reforçada por não ver nenhum relato vindo de ONGs ou da Amnistia
Internacional.
O meu cepticismo em relação aos media só é ultrapassado pelo
meu cepticismo em relação ao sensacionalismo das redes sociais.
By me
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