quinta-feira, 30 de agosto de 2018

fake news




Vai sendo espalhado, aqui e ali, que a Arábia Saudita terá executado com decapitação uma activista.
Vão aparecendo fotografias da senhora, umas dela sentada sorrindo, outras obvias fotomontagens do mesmo rosto em variadas situações. Tal como foi publicado um vídeo, entretanto apagado pelo youtube, da decapitação em praça pública de uma mulher.
Fui dar uma olhada, aqui e ali, para encontrar outros conteúdos que não copy/past e que confirmassem o facto.
E fiquei a saber que essa decapitação, documentada com vídeo e com fotografias do mesmo, ocorreu em 2015 com outra mulher. Imagens bárbaras de uma birmanesa, executada em Meca, na Arábia Saudita, por ter abusado sexualmente e morto a sua enteada de sete anos.
Quanto à senhora de quem agora se fala, presa desde há três anos tal como o seu marido e mais quatro pessoas por activismo dos direitos das mulheres, continua em prisão e será julgada em Dezembro deste ano.
Efectivamente, ela corre o risco de ser executada, já que essa é a pena pedida pela acusação.
Mas a notícia da sua morte por decapitação é, por enquanto falsa.


Nota adicional: gastei pouco mais de meia hora a saber o que acima relato. E o que me despertou a curiosidade sobre o facto foi ele não ter sido noticiado em nenhuma fonte “credível”, das esquerdas às direitas, dentro e fora do país.
Tal silêncio, mesmo tratando-se de algo num país fortemente fechado à comunicação social, fez despertar em mim uma campainha de desconfiança. Reforçada por não ver nenhum relato vindo de ONGs ou da Amnistia Internacional.
O meu cepticismo em relação aos media só é ultrapassado pelo meu cepticismo em relação ao sensacionalismo das redes sociais.



By me

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