Do lado de lá deste túnel, do lado direito, existe um tempo.
Ou um local de culto, se preferirem.
De cariz cristão, não sei que estilo de pregação e práticas
têm. Apenas que funcionam numa antiga garagem, estando abertos ao público e
crentes alguns dias por semana apenas.
À imagem e semelhança de tantos outros. Aqui no meu bairro e
pelo país fora.
O que não sei é se nos outros existem gestos destes:
Em passando eu pela porta em busca de uns cigarritos e de um
café, estava uma senhora a varrer a entrada do local. O tapete que imita relva
e o asfalto contiguo. Faz sentido que o faça hoje, já que ontem foi dia de
culto e feriado nacional.
O que já não faz sentido é varrer o lixo do seu espaço,
empurrando-o para o espaço circundante. E isso incluiu o meu caminho, quase que
para debaixo dos meus pés.
Por outras palavras: o “local do senhor” deverá ter a sua
entrada limpa de porcaria. O que está em redor não interessa.
Estive vai-não-vai para ter uma conversinha de pé de orelha
com a cuidadora do espaço. Teológica, higiénica e cívica. Quiçá com algum
vernáculo pelo caminho. Que bem merecia ouvir que aquilo que se prega deve
primeiro ser cumprido, seja qual for o conteúdo.
Mas não me apeteceu. Por um lado, não sei se eu estaria ao
seu nível de conversação e argumentos. Por outro, tenho andado demasiado bem-disposto
para estragar o ambiente.
Talvez que amanhã ou depois, em eu me lembrando do episódio
e tendo que por lá passar, lhes deixe um recadito pregado na porta.
By me
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