quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Olha ao que digo...




Do lado de lá deste túnel, do lado direito, existe um tempo. Ou um local de culto, se preferirem.
De cariz cristão, não sei que estilo de pregação e práticas têm. Apenas que funcionam numa antiga garagem, estando abertos ao público e crentes alguns dias por semana apenas.
À imagem e semelhança de tantos outros. Aqui no meu bairro e pelo país fora.
O que não sei é se nos outros existem gestos destes:
Em passando eu pela porta em busca de uns cigarritos e de um café, estava uma senhora a varrer a entrada do local. O tapete que imita relva e o asfalto contiguo. Faz sentido que o faça hoje, já que ontem foi dia de culto e feriado nacional.
O que já não faz sentido é varrer o lixo do seu espaço, empurrando-o para o espaço circundante. E isso incluiu o meu caminho, quase que para debaixo dos meus pés.
Por outras palavras: o “local do senhor” deverá ter a sua entrada limpa de porcaria. O que está em redor não interessa.
Estive vai-não-vai para ter uma conversinha de pé de orelha com a cuidadora do espaço. Teológica, higiénica e cívica. Quiçá com algum vernáculo pelo caminho. Que bem merecia ouvir que aquilo que se prega deve primeiro ser cumprido, seja qual for o conteúdo.
Mas não me apeteceu. Por um lado, não sei se eu estaria ao seu nível de conversação e argumentos. Por outro, tenho andado demasiado bem-disposto para estragar o ambiente.
Talvez que amanhã ou depois, em eu me lembrando do episódio e tendo que por lá passar, lhes deixe um recadito pregado na porta.



By me

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