Usei isto como comentário numa rede social:
“Costumo perguntar aos que querem ir ao outro lado do mundo
fazer reportagens fotográficas: “Qual é a cor do prédio em frente ao teu?”
Levam uns segundos valentes a encontrar a resposta, se a
encontram.”
Efectivamente, a maioria das pessoas preocupa-se com grandes
problemas, com tragédias, com o que acontece lá longe. E faz sentido que nos
preocupemos com elas.
Mas essa mesma maioria não se preocupa, nem sequer conhece,
os problemas da porta do lado, da rua, do bairro.
Não sabem, nem querem saber, da fome do andar de baixo.
Olham para o lado quando acontece violência doméstica do lado de cá da esquina.
Nem sequer param para ver o idoso com dificuldade em carregar o saco de
compras.
Os cataclismos, as guerras, as migrações forçadas, merecem
divulgação como forma de as mitigar ou terminar.
Mas não esqueçam de se lembrarem da cor do prédio que vêem
quando saem de casa.
Nota: Este não é o prédio em frente ao meu, nem sequer é no
meu bairro. Mas o isolamento entre vizinhos aqui subjacente poderia ser aqui
onde moro. Ou aí, onde você mora.
By me
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