Suponho que nunca se perguntaram porque é que a semana tem
sete dias. Não dez, tantos quantos os dedos das mãos, ou quinze, por um outro
motivo qualquer. Sete!
Claro que a tradição judaico-cristã nos afirma que o
universo foi criado em sete dias por um deus. Essa será uma explicação
teológica, válida para crentes.
Mas há uma outra, bem mais prosaica, que talvez espante os
menos avisados: a Lua.
Sabemos que o ciclo lunar tem 28 dias. E que cada fase da
Lua (crescente, cheia, minguante e nova) dura sete dias. Aí está.
Para os antigos, que não tinham mecanismos de medição do
tempo, este era medido em função dos fenómenos que conheciam e que ser repetiam.
O mais básico seria o dia, facilmente constatável. De
seguida a Lua, também repetido e previsível. Mas 28 dias é muito tempo. Quase
um mês.
Daí que as fases da Lua, cíclicas e regulares, numa
quantidade de dias facilmente comensuráveis.
Para os que tenham dúvidas, legítimas face à ancestralidade
do ciclo de sete dias, repare-se na quantidade de civilizações que ainda têm
por tradição o calendário lunar. Claro que estas, por imposição do comércio e
demais relações internacionais, acabaram por considerar não apenas o conceito
de anos em função da translação em torno do Sol, com o ajusta de um dia extra
por cada quatro anos, como o calendário gregoriano, com os seus meses não
regulares. E as semanas, a não caberem em quantidade certa em cada mês. Excepto
o Fevereiro, com 28 dias. Menos o bissexto.
A origem das unidades, sejam elas quais forem, é sempre meio
obscura. Tal como o sistema hexadecimal, usado para movimentos circulares:
horas, graus, minutos, segundos.
Entender o passado, onde se alicerça o presente, permite-nos
construir o futuro. Seja em unidades de medida, pensamentos ou emoções. Mesmo
que estas não se meçam.
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