Vejo alguns a insurgirem-se contra um tal de “comboio
especial”, fretado pelo PS, para levar e trazer os seus militantes de Pinhal
Novo a Caminha, num encontro partidário.
O que é divertido é que, apesar de já por cá andar há uns
anos valentes, não me recordo de ver tamanha indignação e argumentação pública
aquando de jogos de futebol em que acontece rigorosamente o mesmo: comboios
especiais, fretados por espectadores, para transportar nos dois sentidos os
adeptos. E posso garantir, na qualidade de passageiro regular da CP, que foram
já dezenas de vezes em que uma estação de Lisboa ficou intransitável aos
cidadãos dos subúrbios aquando da invasão da estação centenas de adeptos,
enquadrados por polícias fortemente armados e equipados. E vi partir ou chegar
essas composições pelas mesmas linhas por onde circulam as demais, de horários
e acessos generalizados.
Também não vejo esses mesmos críticos a manifestarem-se
quando as ruas e praças da capital ficam interditas devido aos milhares de
adeptos de desporto, futebol ou outros. Ou quando o trânsito nas pontes que
ligam as duas margens do Tejo em Lisboa fica cortado, reduzindo as alternativas
a quase zero, quando há provas de corrida em cima delas. Ou quando as
manifestações ou marchas populares criam o caos no centro da cidade por as
principais vias de acesso ficarem ocupadas por cidadãos apeados. Ou quando há
eventos especiais em zonas como o parque das nações e o espaço público fica
cortado a pedestres e automóveis. Ou quando existem ruas permanentemente
barricadas, com pilares de ferro e betão e polícias fortemente armados, por num
dos prédios existir uma embaixada.
A demagogia oportunista de políticos e jornaleiros deveria
pagar um imposto de tal forma elevado, por ideia ou por palavra, que
dissuadisse os seus praticantes de se pronunciarem!
By me
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